A Decisão

Mudar os planos, ou ter um plano, é sempre algo que envolve um certo risco. Em níveis diferentes claro, mas cada projeto ou plano envolve uma decisão, um risco, e uma recompensa, a meu ver. 

Um dia você tá lá no maior conforto, quentinho bem alimentado e seguro, na barriga da sua mãe. Sim, com uns oito ou nove meses de gestação tudo era uma maravilha para você, perfeito, sem nenhum risco ou desafio. Aí num determinado momento você resolve que aquilo já não é o bastante, você decide ir “lá fora”, se arriscar e conhecer aquelas vozes que vem de um outro planeta, o “planeta de fora da barriga”. Então chega o momento da decisão, sair e enfrentar o mundo, ou ficar no conforto do ventre. Você checa as funções vitais, prepara o pulmão, o intestino, o coração, e começa a chutar. Enfim os riscos existem, mas não poderia imaginar que um cordão iria atrapalhar, ou que um cara estranho ia aparecer pra te dar uma palmada até você chorar, que seria um mundo muito mais frio que você esperava. Mas agora é tarde, não tem volta, rola um momento de desespero, a adrenalina vai ao limite e você chega perto de desistir. E ai chega um colo, um peito com leite quentinho, um carinho, um abraço, muitos sorrisos em sua volta, pronto você chegou num mundo novo, a decisão valeu a pena. Agora aproveite, conheça bem ele, desfrute, e continue com novos desafios, decisões e riscos. 

Talvez uma viagem pelo mundo seja um bom pretexto para voltar aquela mesma sensação. Agora com um pouco mais de consciência, decisões calculadas, com riscos previsíveis, mas que o resultado é absolutamente desconhecido. 

Para mim o fluxo segue mais ou menos assim, o desejo de sair, a decisão, o planejamento, a avaliação, o desenvolvimento, a execução, e os resultados. Alguns podem questionar se a decisão deveria vir depois da avaliação, ou do desenvolvimento de um projeto. Mas outra coisa que a gente descobre nesses caminhos é que cada um tem seu fluxo, seu desafio, suas escolhas, e isso torna tudo muito mais divertido. 

 

Decidir ou definir uma nova meta é o momento chave, crucial, a partir dali os riscos já estarão no seu caminho, mas persistir além das suas possibilidades, além do seu conhecimento é o que fará a viagem valer a pena. O destino será apenas um ponto de partida para a próxima decisão. O Alasca, enfim, só valerá a pena se o caminho até lá tiver desafios, riscos, decisões, e momentos de recompensa. 

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